segunda-feira, outubro 27, 2008

Manhã rotineira. Fictícia, claro.

É cedo, mas não de madrugada. Ele não deve ser do tipo que acorda de madrugada. Mas me parece razoável que ele tome café na cama ou coisa assim. Suponhamos que seja o caso.

Sua empregada - Carla, por exemplo - lhe traz o café. Enquanto serve ao seu patrão, este pergunta:

- Como estão a bolsa e o dólar, Carla?
- Dólar a R$ 2,50, senhor; e a bolsa já abriu em queda.
- Então, traga-me o terno.

Ele levanta da cama, deixando o café ali. Ele não deve demorar. Veste o terno. Não arruma o cabelo, porque ele não tem muito o que arrumar. Faz um telefonema. Em poucos minutos a mídia está à sua porta. Ele faz um depoimento. A mídia se vai. Ele volta para seu quarto, guarda o terno e volta para o seu café. Liga a televisão. Assiste o depoimento que dera há pouco. O dólar passa a reduzir a alta, a bolsa passa a reduzir a queda.

Com um sorriso de satisfação, ele passa a saborear o seu café.

- Mais alguma coisa, senhor Henrique?
- Avise o motorista que sairei em meia hora.

E então ele segue para seu trabalho.

Claro, a vida real não é tão simples, mas me diverti pensando nessa narrativa.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Huntar X

Encontrei esse texto no meu desktop, na hora de fazer backup de algumas coisas.
Levei cinco minutos pra descobrir que eu mesmo o escrevi, provavelmente em 2006/2007.

"Huntar" é uma estória escrita por um cidadão chamado Caio, sob o nick de Purgatory_Archangel, e eu servia como revisor/crítico.
Tal cidadão apareceu do nada no finado fórum do Pamonhas of Apocalypse, e sumiu quando o referido fórum foi pro saco.
Aye, as badass as it sounds.

Huntar tinha dois personagens principais, Doc e Goggles; e a "série" nunca foi acabada. Nesta versão que eu fiz, a história se passa anos depois do último capítulo de Huntar que foi lançado.
Eu também não terminei o conto, mas está aí. Enjoy.

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.Setor Lambda 7
..Dorgen Ruins

- Tem manteiga?

12º ano após a queda dos Excluídos.

- Dá pra raspar o pote ainda.

13º aniversário da morte de Doc, soldado lendário que dizem ter matado o governador anterior.
E dois soldados que por acaso lembraram-se do fato o homenageavam passando margarina em pão mofado.
07:30 da manhã, tempo fechado, temperatura de 12°C. Um dia maravilhoso para aquele setor.

- Doc dizia que penicilina faz bem. Ele iria ficar satisfeito com isso.
- Sim, misturada com manteiga dá um lustre interessante nas armas, embora fiquem escorregadias.
Os dois lustraram suas armas com o composto e levantaram-se,

- Há quanto tempo não comemos algo por necessidade?
- Uns 10 anos, acho.
- Oh..

Há dois meses foi descoberta uma porta não catalogada no sistema de informação do governo. Todas as portas eram catalogadas pelo governo. Era ilegal possuir uma porta não catalogada, ou construídas sem autorização. Como não havia burocracia alguma para se fazer uma porta, era uma maneira tola para arrecadar dinheiro.

Três esquadrões militares foram destacados para coletar informações, e não voltaram. "Devem ter morrido também".
O único sobrevivente que viu a Porta (nome oficial elaborado depois de 7 minutos de discussão. Desistiram de discutir porque o café estava esfriando) foi um prestador autônomo de serviços militares.

.Sede do Governo
..Salinha do Café

- Eu vi a Porta (nome prático). Nos metros anteriores a dela, corpos de vários soldados, alguns do governo, alguns de guerrilhas, e alguns com distintivos toscos que não me dei ao trabalho de tentar reconhecer. Sentado na frente da porta, um único homem a guardava. Fora ele quem dizimou os grupos de reconhecimento.
- E por que você foi poupado, então, diabos?
- O homem disse que eu fui o único que não chegou atirando, então pude manter uma conversa com ele.

*o prestador autônomo de serviços militares pigarreou*

- Ele pediu informações sobre a bolsa de valores, as modelos de moda do momento, e o sabor da Coca-Cola. Ele parecia ter muito interesse em Coca-Cola. E em mulheres também. Na verdade, ele se revelou satisfeito ao saber que não existe mais bolsa de valores.
- E por que infernos ele está lá?
- Ah.. a conversa estava tão interessante que não me lembrei de perguntar. Mas sei que ele não come, dorme apenas 2 horas por dia (fracionada entre as 24 horas totais), e suas únicas armas são uma pistola com munição infinita e um teclado com o qual ele controla as metralhadoras de avião presas no teto.
- Pistola com munição infinita.
- Sim, uma beleza! Toda feita a mão, utilizando yoctotecnologia, design feito pela antiga Pininfarina, e com um pequeno ornamento, tipo aqueles de espadas chinesas, mas menor.
- Yoctotecnologia.
- Yoctotecnologia.
- Você vai até a Porta, fala com o guardião da Porta, tem um papo animadíssimo com o mesmo, e não pergunta por que raios ele está ali, ou para quê serve a porta?
- Claro, não fui pago para trazer informações, fui pago para chegar vivo até a porta. Todo o resto foi parte do meu free-time depois de cumprir a missão.
- (O que aconteceu com os bons mercenários de quando o autor dessa fic era outro?)

[EoF]

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Ah sim, me avisem se conhecerem algum Caio que um dia atendeu como Purgatory_Archangel.